domingo, 14 de fevereiro de 2010

Discurso impresindível

Eramos dois amigos... Ah tah desculpa...

Já posso falar?  Urg... (pigarro).

Meu nome é Alberto.
Sou cristão aproximadamente há 5 anos.

Eu tenho um amigo, se é que ainda posso chama-lo assim, que crescemos juntos. O Jeferson. Soltavamos pipa, fizemos carrinho de rolemã, ele me ajudou a dar meu primeiro beijo na garota que eu gostava. Meu pai era alcoolatra, as vezes ele chegava em casa e batia na minha mãe. Me lembro de ver escorrendo no rosto dela sangue e lágrimas. As vezes eu dormia na casa do Jeferson, pra jogar video game junto até tarde e escapar um pouco da tristeza de casa.

Quando cheguei na minha juventude conheci um rapaz chamado Lucas. Ele me chamou pra ir a igreja. Depois de algum tempo na insistência calhou de um dia eu não ter nada pra fazer. Ai pensei comigo mesmo "porquê não?" . Ai eu fui.

Como era a igreja? bom lá me receberam bem. Me senti aconchegado. CAntamos, oramos e tudo mais.

Depois que o Pastor perguntou quem queria entregar toda a vida pra Jesus. Começei a chorar do nada. Foi uma coisa muito forte. sabe?! O Espírito SAnto me mostrando que eu preciva fazer aquilo.

Daquele dia em diante passei a frequentar a igreja querendo conhecer mais de Deus e entender melhor as coisas. Até mesmo respondendo por aquele desejo que todos temos de fazer as coisas certa.

Até então tudo isso foi uma benção em minha vida só que com isso me distanciei do Jeferson.

Algum tempo depois ele passou a usar drogas.

Como se fosse uma esponja de aço pegando fogo, ele foi se desintegrando. isso me doia muito, mas sinceramente não tinha muito tempo para ir conversar com ele porque eu trabalhava, estudava e ia pra igreja para os ensaios e reuniões de oração

Só que depois meu amigo passou a traficar também.

Nessa época na igreja estava tendo um movimento evangelistico pra falar de Deus pras pessoas nas ruas e traze-las para a igreja. Afinal era isso que entendiamos por evangelizar, trazer as pessoas pra nossa igreja.

Um dia encontrei o Jeferson sentado na rua olhando toda hora pras 2 esquinas. Era como se ele estivesse esperando algo.

Entusiasmado peguei o folhetinho, estendi o braço para entrega-lo e fazer a abordagem com nosso jargão "Jesus te ama viu?", mas fui enterrompido. O Jeferson me abraçou e disse:

- Cara que saudade. Quanto tempo. Olha só virou crente não vem mais falar cus pecado

- Oi Jeferson - falei - vim trazer esse folheto pra você e te chamar pra ir um dia na minha igreja.

- A cara me desculpa ae isso não é pra mim não.

- Olha Jeferson eu também pensava que não era pra mim, mas Deus mudou meu pensamento e hoje sou uma nova pessoa.

- Eu pecebi que você ta mudado - o Jeferson falou. Mas olha Alberto você vai me desculpa, nossas vida tiveram rumo diferente. Mano infelizmente não vou nessa sua igreja não.

- Por que? - como por impulso e até um pouco irritado perguntei. Logo veio a resposta que desejava nunca ter ouvido

- Bom cara o negócio é o seguinte. Crescemo juntos e tenho mó concideração por você,tipo irmão, mas pra você parece que isso não faz nenhuma importancia. Você chegou, nem perguntou como eu to, como minha familia tá. Na moral vê meu braço cheio de picada? velho to viciado...

tentei interrompe-lo para introduzir uma outra resposta pronta (Jesus salva. Liberta), mas quando eu pegava fôlego o Jeferson continuava falando.

-Cara você se empenhou tanto em servi "Jesus" que até mesmo se esqueceu do seu mano que precisava de você. Você virou um ótimo crente, mas se esqueceu de ser meu amigo. Agora só vejo uma coisa cara, sua procura por mim foi só pra me levar pra igreja...

Naquela hora vendo o Jeferson magro e acabado com lágrimas nos olhos dizendo isso, me deu vontade de me jogar num buraco e ficar pra sempre ali.

Ficamos em silêncio por alguns instantes... busquei orientação de Deus. Eu sabia que o que o Jeferson tava falando era verdade. Ele sempre me esperou. Esperava que eu viesse na casa dele jogar video game, esperou eu vir falar da vida pra ele, esperou eu vim falar de Deus, mas não fiz isso até que ele chegasse a boca do inferno.

Resolvi quebrar o protocolo e abraça-lo esquecendo todo o resto do discurso. Senti a presença de Deus muito forte e começamos ambos a chorar.
Naquele dia aprendi que falar de Deus não exige só papel ou palavras sem sentido, mas amizade e convivencia. Talvez seja essa a pregação menos despresada, nossa compania com quem precisa.

As pessoas que conhecemos podem até não ouvir um pastor falar de Deus, mas eles observam nossa vida. Se há sinceridade ou não. Eles sabem discernir.


De 100 homens 1 Lê a Bíblia, os outros 99 o lêem.
D.L.Moody

Um comentário:

SCOUT WILL disse...

Incrível!

Somos o que devemos ser, sob a perspectiva de Cristo!!!

Um papel, com uma bela mensagem, perdeu para o mais sincero abraço!
Que coisa não?